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Quando a nossa cidadania vai atingir a plenitude?

publicado em 25 de agosto de 2018 - Por Dirce Guimarães

QUANDO A NOSSA CIDADANIA VAI ATINGIR A PLENITUDE? QUANDO FORMOS CIDADÃOS DE VEZ E DE FATO, CUMPRIDORES DOS DEVERES E COBRADORES DOS DIREITOS!

Nunca iremos ocupar este espaço tão precioso, no qual temos o propósito de valorizar a prática da cidadania, para ficarmos enaltecendo feitos de cidadãos investidos em cargos públicos eletivos, cujos ocupantes têm o dever de serem nossos servidores e não o contrário. Se esses cidadãos chegaram a esses cargos públicos, foi por opção, por vontade própria e nós gostaríamos de poder acreditar que antes de se lançarem candidatos, esses cidadãos procuraram avaliar a sua competência para assumiras atribuições e as funções dos cargos por eles pleiteados.

Pelo jeito não. A grande competência de muitos, avaliada e comprovada, está na forma como amealhar votos, tornaram-se especialistas e os eleitores tornaram-se viciados. E só. Ao assumir o cargo, a obrigação deve ser trabalhar, produzir, e cumprir as obrigações. Não cabe ao servidor público eleito se autopromover fazendo “festas” de enaltecimento de fatos que são tão somente “obrigação de ofício”. Pode-se dizer que isso caracteriza desvio de função.

Pois é, esses desvios de função acontecem quase sempre induzidos, programados, cujos resultados são esperados naquele cofre que chamamos de “urna eleitoral”. Ficamos muito tristes quando ficamos sabendo que tem cidadãos se apequenando, minguando, vergando a coluna para agradecer ao “político” a vaga arrumada para sua filha na escola pública. Coitado! Ele não sabe que é um direito seu ter vaga na escola pública para sua filha. Ele também não sabe que os poucos investimentos que os políticos eleitos fazem ou são obrigados a fazer, nada são de graça, são pré-pagos com o dinheiro dos altíssimos impostos cobrados de nós.

A maioria da população acredita que o governo “dá de graça” o leito no hospital, a vacina, o remédio, as consultas médicas, os exames laboratoriais, a escola para seus filhos, as pequenas amostras de lazer, de cultura, de esporte, etc.etc. Reforça essa “enganação” ou ingenuidade os profissionais de comunicação que, de posse do microfone, bradam: levem seus filhos tomar vacina, é de graça, não paga nada.

Levem seus filhos na festa do “Dia da Criança”. Vai ter pipoca, algodão doce, show com palhaços, tudo de graça! Há que se mudar o “discurso”, é preciso dizer a verdade: “Tudo pago com o nosso dinheiro”. Os profissionais de comunicação devem ser agentes formadores de cidadãos “sãos” de corpo e de mente. Resta saber se “eles” são. Complicado!

Nada disso chegaria a acontecer se cada cidadão soubesse praticar a sua cidadania utilizando apenas dois verbos: cumprir os seus deveres e cobrar os seus direitos. E só. A prática da cidadania precisa começar em casa, prosseguir na escola, desde a tenra idade. Assim sendo, aos poucos vão se incorporando as noções de fraternidade, de respeito, de igualdade, de amor ao próximo, de solidariedade, de responsabilidade. O cidadão, com essa formação humanitária não criará essa gritante injustiça social, que está aninhada na cúpula dos três Poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário – e nas três esferas – federal, estadual e municipal.

Só assim, a injustiça social perderá a sua sustentação, que é a ganância. Ganância que dá origem às corrupções, às falcatruas, aos enriquecimentos ilícitos, à sede pelo poder. Ganância que constroi uma minoria de “indivíduos” que juntam muito e muito dinheiro, que ficam cegos, não conseguem enxergar que a imensa maioria de cidadãos passa necessidades básicas, não tem sequer empregos para que possa ganhar menos de R$ 1 mil por mês, enquanto que os empoderados chegam a receber até R$ 50 mil por mês, além das mordomias faraônicas e outros que tais. Essa exorbitância de gastos com a cúpula dos três Poderes diminui o poder de investimento nas áreas sociais públicas, principalmente na saúde e educação. Essa é uma verdade nua e crua, impossível negar.

FOQUEMOS NOSSA BRAGANÇA. O MODELO BRASÍLIA DESCE EM CASCATA, PASSA PELO ESTADO E CHEGA AOS MUNICÍPIOS

Quanto o Poder Executivo gasta com a sua assessoria de gabinete, com o seu secretariado e com os demais nomeados em cargos em comissão? Será que todo esse quadro de pessoal é necessário para o funcionamento da máquina administrativa municipal? Os servidores municipais efetivos da Prefeitura não dão conta do “recado”? Será que aquelas velhas, mas eficientes regras de administração são aplicadas? Ficamos “absurdados” com o alto percentual de gastos com a folha de pagamento. E nós estamos vivendo uma crise econômica. Do Poder Legislativo conforme dados aqui já apresentados, até maio/2018 os gastos já estavam numa média de R$ 7 milhões. Tudo indica que até o final do ano chega aos R$ 13 a R$ 15 milhões.

Enquanto isso, as necessidades básicas e urgentes de atendimento à saúde aos cidadãos menos favorecidos permanece em compasso de espera, nas longas filas, por certo por falta de dinheiro. Filas essas que os vereadores da “situação” não aprovaram que fossem divulgadas. Por que ??? E nós condenamos o salário mensal de R$12 mil pago aos vereadores, mais assessoria, mais mordomias, além de toda a estrutura da Câmara Municipal.

Não pesa na consciência de nenhum vereador saber que cidadãos doentes deixam de ser atendidos por falta de dinheiro para pagamento de médicos, de exames complementares, de cirurgias, de remédios? Enquanto que eles continuam com suas atividades particulares e com poucas horas de presença mensal na Câmara, recebem um salário de R$12 mil. Sem nos esquecermos que na Câmara Municipal tem até serviçais para servir-lhes o cafezinho e o copo de água! E nós pagamos!

BEM, NÃO PRECISAMOS SAIR PARA MUITO LONGE PARA CONSTATARMOS O QUANTO NOSSA BRAGANÇA É DESPRESTIGIADA PELOS GOVERNOS ESTADUAL E FEDERAL EM TODAS AS ÁREAS. FALEMOS UM POUQUINHO DA MALHA VIÁRIA

Aqui o assunto do momento: o caos que está o trânsito na ex-Praça9 de Julho e adjacências e na Av. dos Imigrantes e confluências. Esse caos está interferindo até na vida dos moradores do Circuito das Águas. Pois é, nem os prefeitos anteriores e nem o atual conseguiram recursos estaduais para implantação da tão necessária e urgente PERIMETRAL para desafogar o nosso trânsito. Medidas paliativas não resolvem. O mais difícil já possuímos, que é o trevo na via Fernão Dias nas proximidades do Bairro do Tanque; o resto é o projeto de ligação às estradas de Itatiba, de Socorro, de Amparo e Fernão Dias/norte.

Dinheiro não falta no Estado mais rico do país. Faltam-nos respeito, atenção, reconhecimento ou quem sabe um excelente Projeto muito bem arquitetado que de fato justifique esse empreendimento. Existe esse Projeto? Está em tramitação? Onde? Bem, outras cidades bem próximas contam  com elevados, trevos,  várias passarelas, passagens de nível, aqui NADA! A nossa vizinha Vargem tem passarela na Fernão Dias.

Atibaia tem várias passarelas, bons trevos.  Aqui temos um trevo totalmente inseguro. É verdadeira a afirmação de muitos cidadãos: Se temos a Fernão Dias para irmos a São Paulo é porque o seu traçado precisou usufruir do nosso espaço físico. Senão. . . só Deus sabe.

E o nosso refrão não cai de moda!

A C O R D A   B R A G A N Ç A  ! ! !