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Um pouco de teoria – Max Weber

publicado em 24 de outubro de 2017 - Por Pedro Marcelo Galasso

Max Weber foi o primeiro a sistematizar os conceitos fundamentais da Ciência Política, um sociólogo que escreveu contra o organicismo conservador e contra o marxismo, ou seja, ele aborda a estrutura política tal qual ela funciona e deveria funcionar.


Existe, para Weber, um controle dos meios materiais do poder político; trata-se do controle da violência e do controle dos meios administrativos e sua análise vai definir como o Estado se organiza através dos meios materiais do poder político. O controle da violência e dos meios administrativos é expropriado das mãos privadas e passam a pertencer os Estado que detém o monopólio exclusivo da força física em um determinado território.

A expropriação dos meios administrativos está ligada a racionalidade já que o capitalismo representa a materialização da racionalidade através da burocracia. Esta exige rapidez, precisão e cálculo de resultados. A esse conceito de racionalidade, Weber opõe a luta de classes, mas em ambos os casos teríamos, sempre, ou uma ditadura da burocracia ou uma ditadura do proletariado.

A História do homem é uma história do progresso que o conduziria a perfeição moral, política e econômica, dentre tantas outras. O acúmulo de conhecimento é a realização do progresso que, mais tarde estará ligada a ideia de desenvolvimento.

Weber utiliza o método compreensivo para a análise política e social que tem como referência de análise o indivíduo (o homem pode interpretar a sua conduta – introspecção – ou compreender as intenções que compõem a conduta dos outros). O que é analisado, para tanto, é a ação social (ações motivadas por outros indivíduos). O que preocupa Weber é a racionalidade das sociedades modernas.

No partido político, temos a liderança como principal elemento e a política é, para Weber, qualquer tipo de liderança independente de sua ação, criando uma forma determinada de influência. O Estado não pode ser definido pelo seu fim, pois não podem existir fins que não tenham feito parte dos objetivos do Estado. Além disso, os fins não dão critérios de análise, mas são os meios que apresentarão os critérios pretendidos.

A Política é a participação no poder ou a participação entendida como a influência na distribuição do poder, seja entre Estados ou entre grupos que os compõem. Quem participa da Política luta pelo poder, não importando o objetivo.

Temos, portanto, o Estado como uma relação de homens dominando outros homens, uma ideia explícita de dominação, que se mantém pela violência legítima, que pretende o Bem Comum. Para tanto, é preciso que os homens obedeçam a autoridade alegada pelos detentores do poder. A ideia de obediência é fundamental.

Como os políticos fazem da política sua vocação?

O viver para a política significa que o político não depende financeiramente da política, do cargo ocupado, mas sim vive por um ideal, como uma proposta de vida; o viver da política significa, por sua vez, que o político depende financeiramente do cargo ocupado e, por isso, será mais corruptível.

Quais são as características do político profissional?

Seriam homens independentes, mesmo sem condição financeira; vivem de prebendas ou salários; características e apoio dos empresários; conquista de autoridade política em troca de salários, contando com o apoio de jornalistas, secretários de partidos, ministros ou outras autoridades políticas.

A pergunta é – encontramos tais características ou tal racionalidade no corrupto Estado brasileiro?

Pedro Marcelo Galasso – cientista político, professor e escritor. E-mail: p.m.galasso@gmail.com