A greve deflagrada pelos caminhoneiros que protestam contra o aumento nos combustíveis entrou no terceiro dia nessa quarta-feira e ameaça o abastecimento de combustíveis nos postos da cidade.

A situação também pode levar ao desabastecimento de alguns produtos no varejo, especialmente os ligados ao segmento de alimentos e materiais de construção. Algumas empresas da cidade também estão na iminência de serem afetadas.

O BJD entrou em contato com alguns estabelecimentos. Os postos de combustíveis Du Valle estão com estoques baixos, que deve durar até esta quinta-feira. Segundo informações extraoficiais, em vários postos alguns combustíveis já estão em falta.

A rede União Supermercados informou que não está recebendo produtos. Segundo a gerência, há estoque para 10 a 15 dias e produtos como óleo de soja, leite, arroz, e produtos das marcas Sadia e Aurora, por exemplo, não estão nem saindo das fábricas.

Lojas de materiais de construção também estão com estoques de argamassa e cimento muito baixos. A fábrica de papel Santa Therezinha (Santher) informou o BJD que vários caminhões com matéria-prima estão parados nas rodovias, o que pode, se não chegarem a tempo, parar a produção da empresa.

REAJUSTE

A Petrobras anunciou nessa quarta-feira recuo no preço dos combustíveis nas refinarias. O preço do litro da gasolina baixou 0,62%, passando de R$ 2,0433 para R$ 2,0306. Já o do diesel caiu 1,14%, de R$ 2,3351 para 2,3083.
Na véspera, a estatal já tinha reduzido os preços, depois de sucessivas altas que geraram protestos de caminhoneiros e discussões entre a petroleira e o governo.

Os cortes foram motivados pela queda da cotação do dólar. Para tentar minimizar a escalada nos preços, o governo anunciou que vai reduzir os impostos sobre os combustíveis. No caso do diesel, a proposta é zerar a cobrança da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide).

Também está em estudo a redução das alíquotas do PIS-Cofins tanto para o diesel quanto para a gasolina. Para compensar a perda na arrecadação, o Congresso concordou em aprovar o projeto de reoneração da folha de pagamentos de empresas.