Muitos moradores de Bragança Paulista trabalham atualmente em Extrema-MG, cidade que nos últimos anos teve acentuado crescimento econômico com a chegada principalmente de algumas indústrias de grande porte. O caminho inverso também é feito por moradores do município mineiro.

Entretanto, a demanda no transporte público não é suprida com eficiência pelas linhas de ônibus, segundo reclamações enviadas por usuários à redação do BJD, que trafegam diariamente pela Rodovia Fernão Dias (BR-381) em linhas da Auto Viação Cambuí.

“No horário das 17h30 o ônibus realiza o trajeto de Extrema/MG para Bragança Paulista/SP sempre com um número maior de passageiros que o permitido. Muitos viajam o trajeto inteiro em pé no corredor, nas escadas, ao lado do motorista e até mesmo sentados no painel do ônibus.

Sem falar que o ônibus já sai da rodoviária de Extrema/MG desta forma e ainda assim para na Rodovia Fernão Dias para pegar mais passageiros, porque os motoristas e cobradores alegam que cabem 85 pessoas no total e enquanto não alcançarem essa quantidade podem continuar parando”, contam.

“Essa situação é um descaso e desrespeito com todos os passageiros, sem falar nos riscos que todos passamos, tendo em vista que são pelo menos 25 km só de rodovia, e o motorista corre para poder cumprir o horário”, comentam.

Os leitores lembram ainda o acidente ocorrido na noite de 13 de abril, na Rodovia João Hermenegildo de Oliveira (Variante do Guaripocaba), em que o condutor de um carro colidiu com dois ônibus que levavam estudantes para Extrema-MG. O passageiro do carro e sete pessoas que estavam nos ônibus ficaram feridos. Na madrugada de sábado, 14, o motorista causador do acidente não resistiu aos ferimentos e faleceu no HUSF.

“O ônibus escolar que sofreu o acidente possui cinto de segurança para todos os passageiros e nunca ninguém viaja em pé! Agora, vamos supor só por um momento que aconteça o mesmo acidente com o ônibus circular, podem imaginar o tamanho da tragédia que seria? Por esse motivo estamos tentando nos precaver antes que algo pior ocorra”, completam.

A reportagem do BJD entrou em contato com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que se colocou à disposição para uma fiscalização. “Caso os passageiros verifiquem o descumprimento de alguma norma pelas transportadoras, poderá entrar em contato com a fiscalização da ANTT, por meio dos postos de fiscalização, bem como pelos demais canais de atendimento (telefone 166 e e-mail ouvidoria@antt.gov.br). Após as denúncias serem feitas na ouvidoria, a ANTT investiga e, se comprovada a ação ilegal, a empresa é autuada”, afirmou a assessoria de imprensa do órgão.

Entretanto, passageiros afirmam já terem entrado em contato com a ANTT, mas a fiscalização não foi feita em horário de pico. Ainda de acordo com os usuários, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) também já foi consultado, mas não apresentou soluções.

“Já solicitamos a intervenção da própria empresa e até mesmo do DER/MG e da ANTT, porém sem retorno positivo. Sendo assim vamos partir para meios de exposição pública, ou seja, postando fotos nas redes sociais, através de jornais etc.”, acrescentam.

A diretoria da empresa foi procurada por telefone e por e-mail pela reportagem do BJD, mas não retornou os contatos.