Cotidiano

Situação de estradas é debatida pelos vereadores

publicado em 24 de maio de 2018 - Por A Imprensa de Bragança
Tárcio Cacossi/BJD

Entre os assuntos tratados durante a 16ª sessão ordinária do Poder Legislativa na última terça-feira, 22, na Câmara Municipal, o que mais causou debates e posições divergentes foi a situação das rodovias de Bragança Paulista e região.

Os vereadores contrastaram otimismo e pessimismo quanto ao início das obras. Todos foram unânimes, contudo, em criticar o ex-governador e atual candidato a presidente Geraldo Alckmin (PSDB).

Ex-governador e pré-candidato à Presidência,
Geraldo Alckmin foi criticado

O assunto voltou à tona porque, na semana passada, lideranças da Região Bragantina se reuniram com o secretário de Logística e Transportes do Estado, Mário Mandolfo, para cobrar a realização das obras de modernização de duas importantes rodovias que formam a malha viária de Bragança Paulista: a Rodovia Capitão Barduíno (SP-008), a estrada Bragança/Socorro, e a Rodovia Alkindar Monteiro Junqueira (SP-063), a Bragança/Itatiba. Há oito anos, a modernização dessas duas estradas foi prometida pelo Governo do Estado de São Paulo.

O encontro foi mediado pelo deputado estadual Edmir Chedid (DEM) e contou com as presenças dos prefeitos de Bragança Paulista, Jesus Chedid (DEM), de Socorro, André Bozola (PTB), além de secretários municipais e vereadores.

Na edição de sábado, 19, o BJD publicou editorial intitulado “Ceticismo”, afirmando que embora haja empenho do deputado estadual Edmir Chedid (DEM) em resolver a questão das obras nas rodovias, a população é cética quanto à realização desses projetos. O texto destacou também que Alckmin fez dessas duas obras importantíssimas para a região um grande palanque eleitoral.

Um trecho do editorial do BJD foi lido pelo vereador Basílio Zecchini Filho (PSB), o primeiro a se manifestar. “Se em oito anos Alckmin não fez, mesmo tendo a obra incluída em um pacote de investimentos do Banco Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e já aprovado pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), o governador Márcio França (PSB) pouco pode fazer em oito meses”, leu.

“O governador Alckmin por diversas vezes prometeu e não cumpriu. Já conversei com o governador Márcio França sobre esse problema, mas diante de um orçamento, já comprometido, o dinheiro parece que já foi usado em outras obras. Precisamos levantar esse problema, mas em oito meses é bem improvável que isso vá acontecer”, arrematou.

Beth Chedid (DEM), presidente da Câmara, e Benedito Bueno (PSC), que estiveram na reunião, criticaram Alckmin e usaram a definição “falta de palavra” para se referir ao ex-governador, mas demonstraram otimismo. “Acredito sim que ele [Márcio França] consiga cumprir.

Herdou o governo e o cumprimento das promessas. Saí de lá otimista”, afirmou Beth. Ditinho disse que o secretário ficou de dar uma resposta esta semana, principalmente sobre a SP-008, com projeto e financiamento aprovados.

Marcus Valle (PV) mencionou várias estradas que dão acesso a Bragança Paulista e que não têm o suporte necessário do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e demonstrou bastante pessimismo quanto às obras. “Vieram aqui na Câmara [DER], mostraram projeto, slides, com ciclovias, passagem de nível, passarela, tudo anunciado como certo. Era mais que oficial e não aconteceu nada.

Quero queimar a língua, mas não vai sair nada este ano. O projeto é maravilhoso, mas não saiu do papel. Quem sabe com essas cobranças todas, saia alguma coisa, porque realmente fomos iludidos, um verdadeiro estelionato eleitoral”, criticou. Ele alertou ainda que essa situação reflete em todos os políticos da região.

“A obra não saiu, mas não podemos ignorar o projeto pronto e o investimento aprovado do BID. O que houve foi um corte da parte do governo, que seriam R$ 120 milhões. Mas ficaram de dar uma resposta e esperamos que seja positiva”, ponderou Cláudio Moreno (DEM).

Mário B. Silva (SD) disse ser cobrado pela população diariamente e afirmou não acreditar que as obras saiam este ano. Marco Antônio Marcolino (PSDB), líder do prefeito Jesus Chedid (DEM), mencionou que a despeito da falta de investimentos nas rodovias, há também muita imprudência dos condutores e aliviou as críticas a Alckmin.

“Bragança sempre teve portas abertas [no governo Alckmin]. São milhões e milhões de convênios e obras e com certeza, quando ele estiver em Bragança, vou cobrá-lo, mas também agradecer os recursos que destinou”, declarou.

PANFLETOS

O desencontro de informações da Prefeitura em relação à aplicação da lei de distribuição de panfletos também foi repercutida pelos vereadores. “Causou certo mal estar e desgaste nas redes sociais, secretários falando línguas diferentes e deixando jornais em situação ruim”, comentou Marcus Valle.

Marcolino afirmou que a Prefeitura já vinha aplicando a lei e que como o assunto causou grande repercussão na internet após a publicação do BJD, o prefeito resolveu suspender as intimações. “A Prefeitura com certeza já estava fazendo um trabalho de intimar as empresas para o cumprimento da lei, que existe desde 1999. Ninguém pode ignorar a existência da lei.

Houve toda aquela polvorosa na internet dizendo que estava proibindo a distribuição e que estaria tirando 800 empregos. O prefeito, vendo que estava havendo esse falso entendimento, suspendeu as intimações para que se faça uma reunião ou cobre desta casa uma alteração da lei vinda do Executivo”, justificou.

OUTROS ASSUNTOS

Basílio Zecchini Filho e Fabiana Alessandri (PSD) comentaram que esperam que os alunos da Escola Fernando da Silva Leme, na Santa Luzia, transferidos para o prédio do Núcleo de Apoio ao Professor e ao Aluno (NAPA) devido a avarias no imóvel, sejam transferidos para o prédio onde funcionava a Creche Colibri, no Jardim Europa.

Basílio alertou que os ambulantes da Rua Cel. Teófilo Leme (Rua do Mercado) querem diálogo, uma audiência pública ou conversa no gabinete com o prefeito para buscar uma melhora nas condições de trabalho.
Natanael Ananias (PV) pediu atenção das secretarias de Ação e Desenvolvimento Social e Segurança e Defesa Civil para o acolhimento aos moradores de rua nesta época de frio.

Rosângela Gonçalves (PR) afirmou que recebeu um retorno positivo de beneficiários da Unimed pela intermediação dos vereadores e do deputado estadual Edmir Chedid para tentar encontrar uma solução junto a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Luis Henrique Duarte (PV) alertou que o Executivo não atendeu, no edital de convocação do Conselho Municipal da Cidade e de Política Urbana de Bragança Paulista (Concidade), o prazo que preconiza a Lei Complementar Nº 534, de 16 de abril de 2007, que aprovou o plano diretor do município e dispõe sobre o sistema municipal de planejamento.